Após uma longa ausência –
explicada aqui https://www.facebook.com/omundodezeze/posts/381280475339641
-, volto a escrever no blogue, desta vez, para falar sobre a violência
doméstica. A violência doméstica é um tema fracturante – tão fracturante que,
por vezes, origina até fracturas expostas – tendo sido registadas, só nos
primeiros nove meses deste ano, cerca de 17500 vítimas* – a maior parte
mulheres, muito por causa do estigma que ainda existe, levando a que muitos
homens, por vergonha, não denunciem as suas agressoras -, chegando mesmo a
causar a morte a 33 mulheres.**
Mas deixemo-nos de números, para
isso, o leitor poderia, simplesmente, comprar um jornal (ou fazer a mesma
pesquisa no Google de 2 minutos que
eu fiz). Os leitores de “O Mundo de Zezé”, acedem ao blogue para obter
informações concretas, coerentes e úteis – a maior parte, acaba por fechar o browser, ao perceber que não encontrará
nenhuma delas -, pelo que este texto servirá para dar umas dicas sobre como
identificar um agressor doméstico.
O leitor pode pensar que é fácil
identificar este tipo de pessoa, mas desengane-se, pois, aos olhos do mais
comum cidadão, o agressor doméstico é visto como uma boa pessoa – aliás, em
Portugal, qualquer agressor, assassino, ladrão ou qualquer outro tipo de
bandalho, é visto como boa pessoa – e todos ficam admirados com os seus actos,
pelo que darei o meu contributo para facilitar esta tarefa.
Para começar, trata-se de alguém
covarde que, não tendo coragem de enfrentar as adversidades, vê em agredir o
seu cônjuge, a forma de preencher a sua virilidade e acalmar as suas
frustrações, revelando muito fraca capacidade intelectual. Mas que estes
indivíduos são umas bestas e covardes, já todos sabiam. O que escapa a muitos é
que são, também, inexperientes. Ou, pelo menos, dizem sê-lo, pois, quando
apanhados a agredir, alegam sempre ser a primeira vez que o fazem (“Em tantos
anos, nunca lhe levantei um dedos, hoje perdi a cabeça”), pelo que, ou têm
fraca memória ou falta de coragem para admitir os seus erros, o que é provável,
tendo em conta as conclusões já tiradas. São, também, pessoas conscienciosas,
pois perante as testemunhas da agressão, admitem ter perdido a razão. Talvez
devido, uma vez mais, à fraca memória, quando se encontram a sós com a vítima
fazem ainda pior. Por outro lado, pode também ser visto como covardia, pela
falta de coragem para admitir que são, apenas, umas bestas. Mas a principal
característica destes energúmenos, na minha opinião, embora uma das menos evidentes,
é a modéstia. Para eles, a proeza de ter aberto o lábio, inchado o olho,
partido a cana do nariz, alguns dentes ou mesmo um osso à vítima, nunca é
deles. Aliás, são condescendentes ao ponto de atribuir essa proeza à vítima,
seja perante terceiros (“Eu até sou uma pessoa calma, mas ele/a tirou-me do
sério”), ou mesmo perante as próprias vítimas (“Vê o que me obrigaste a
fazer”). De certa forma, podemos comparar este tipo de declaração à das
crianças, quando repreendidas por se terem envolvido numa escaramuça (“Foi ele
que começou”), confirmando a minha tese de que estes indivíduos têm uma
capacidade intelectual não superior à de uma criança de 7 anos. Claro que isto
pode ser visto, novamente, como uma forma de covardia, pelo facto de não admitirem
os seus próprios erros, demonstrando que são muito pouco complexos a nível de
personalidade.
E pronto, o meu regresso foi
isto. É, basicamente, a minha forma de homenagear e mostrar solidariedade para com
as milhares de vítimas deste flagelo e lamentar as mortes de tantas outras.
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*Fonte:
DN online
**Fonte:
RTP online