quarta-feira, 27 de novembro de 2013

O Agressor Doméstico


                Após uma longa ausência – explicada aqui https://www.facebook.com/omundodezeze/posts/381280475339641 -, volto a escrever no blogue, desta vez, para falar sobre a violência doméstica. A violência doméstica é um tema fracturante – tão fracturante que, por vezes, origina até fracturas expostas – tendo sido registadas, só nos primeiros nove meses deste ano, cerca de 17500 vítimas* – a maior parte mulheres, muito por causa do estigma que ainda existe, levando a que muitos homens, por vergonha, não denunciem as suas agressoras -, chegando mesmo a causar a morte a 33 mulheres.**
                Mas deixemo-nos de números, para isso, o leitor poderia, simplesmente, comprar um jornal (ou fazer a mesma pesquisa no Google de 2 minutos que eu fiz). Os leitores de “O Mundo de Zezé”, acedem ao blogue para obter informações concretas, coerentes e úteis – a maior parte, acaba por fechar o browser, ao perceber que não encontrará nenhuma delas -, pelo que este texto servirá para dar umas dicas sobre como identificar um agressor doméstico.
                O leitor pode pensar que é fácil identificar este tipo de pessoa, mas desengane-se, pois, aos olhos do mais comum cidadão, o agressor doméstico é visto como uma boa pessoa – aliás, em Portugal, qualquer agressor, assassino, ladrão ou qualquer outro tipo de bandalho, é visto como boa pessoa – e todos ficam admirados com os seus actos, pelo que darei o meu contributo para facilitar esta tarefa.
                Para começar, trata-se de alguém covarde que, não tendo coragem de enfrentar as adversidades, vê em agredir o seu cônjuge, a forma de preencher a sua virilidade e acalmar as suas frustrações, revelando muito fraca capacidade intelectual. Mas que estes indivíduos são umas bestas e covardes, já todos sabiam. O que escapa a muitos é que são, também, inexperientes. Ou, pelo menos, dizem sê-lo, pois, quando apanhados a agredir, alegam sempre ser a primeira vez que o fazem (“Em tantos anos, nunca lhe levantei um dedos, hoje perdi a cabeça”), pelo que, ou têm fraca memória ou falta de coragem para admitir os seus erros, o que é provável, tendo em conta as conclusões já tiradas. São, também, pessoas conscienciosas, pois perante as testemunhas da agressão, admitem ter perdido a razão. Talvez devido, uma vez mais, à fraca memória, quando se encontram a sós com a vítima fazem ainda pior. Por outro lado, pode também ser visto como covardia, pela falta de coragem para admitir que são, apenas, umas bestas. Mas a principal característica destes energúmenos, na minha opinião, embora uma das menos evidentes, é a modéstia. Para eles, a proeza de ter aberto o lábio, inchado o olho, partido a cana do nariz, alguns dentes ou mesmo um osso à vítima, nunca é deles. Aliás, são condescendentes ao ponto de atribuir essa proeza à vítima, seja perante terceiros (“Eu até sou uma pessoa calma, mas ele/a tirou-me do sério”), ou mesmo perante as próprias vítimas (“Vê o que me obrigaste a fazer”). De certa forma, podemos comparar este tipo de declaração à das crianças, quando repreendidas por se terem envolvido numa escaramuça (“Foi ele que começou”), confirmando a minha tese de que estes indivíduos têm uma capacidade intelectual não superior à de uma criança de 7 anos. Claro que isto pode ser visto, novamente, como uma forma de covardia, pelo facto de não admitirem os seus próprios erros, demonstrando que são muito pouco complexos a nível de personalidade.
                E pronto, o meu regresso foi isto. É, basicamente, a minha forma de homenagear e mostrar solidariedade para com as milhares de vítimas deste flagelo e lamentar as mortes de tantas outras.

               
                PS: Visitem a página de Facebook de “O Mundo de Zezé” (http://www.facebook.com/omundodezeze) onde podem acompanhar todos os meus textos novos, bem como outras pequenas coisas sobre as quais me apeteça escrever. Coloquem gosto na página/ nas publicações e/ou partilhem-nas. Visitem, também o Twitter do autor (https://www.twitter.com/omundodezeze), que terá o mesmo objectivo da página no Facebook, embora tenha sido pouco actualizado, com umas parvoíces à mistura, pelo que podem, se preferirem, acompanhar por lá. Neste caso, Sigam o Twitter, Curtam as publicações e/ ou, Retweettem-nas. Podem sempre optar por seguir o blogue directamente pela blogspot ou por e-mail (canto superior direito). Têm também a oportunidade de divulgar os textos pelo Facebook, Twitter ou pelo Google +, utilizando, para isso, os botões aqui em baixo. No fundo, levem os meus textos o mais longe possível.

*Fonte: DN online
**Fonte: RTP online

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Caso "Zico" e os crimes da opinião


Boas, pessoal. Após uma longa ausência, volto a escrever. Certamente já ouviram ou leram acerca do caso de um cão, Zico, que supostamente atacou uma criança de 18 meses, Dinis, suposto ataque que terá resultado na morte do rapaz, vítima de um traumatismo crânio-encefálico. Sobre a história não me alongarei muito, na certeza porém, de que estamos claramente perante uma história muito mal contada. Mas o que realmente me leva a escrever é o facto de algumas pessoas, beneficiando da possibilidade de escrever/ falar para meios de comunicação social, terem difundido discursos claramente dominados pelo antropocentrismo, incentivando o ódio ao cão cruzado de Pit Bull.
O caso mais claro é, sem dúvida, o de Daniel Oliveira, jornalista que, em declarações à SIC, afirma que “humanos e animais não são comparáveis”. Para começar, o colunista parece ter-se esquecido que o ser humano é, antes de tudo, um animal. Mas partindo do princípio que até entenderia a ideia de Daniel Oliveira e separasse o Homem dos restantes animais, esta seria a única frase em todo o seu discurso com a qual eu concordaria. Seria um insulto comparar o único animal que age por hipocrisia aos restantes membros do reino. Um cão, por exemplo, quando não gosta de uma pessoa (embora, por norma, goste, a não ser que tenha medo), não finge gostar e quando gosta, demonstra-o de forma inequívoca. Daí que eu acredite bem mais no abanar de cauda da minha cadela do que em qualquer sorriso de qualquer pessoa. Mais um trecho da reportagem e Daniel desvaloriza os restantes animais, colocando-os quase ao nível de um objecto, afirmando que a “justiça, culpa e inocência não se aplica a animais”. Partindo desse pensamento, condenação também não se aplicaria e Zico não seria condenado à morte, a culpa recairia sobre quem foi negligente. Porque se uma pessoa atropelar outra fora da passadeira, ninguém mandará destruir o carro.
Depois de ver a tal reportagem e de me pôr a pesquisar mais um pouco, rapidamente descobri que o assunto não ficava por aqui. O mesmo jornalista, Daniel Oliveira, escrevendo para o site do jornal Expresso, começa por relatar o caso dizendo que “um cão de uma raça perigosa matou uma criança de 18 meses”. Ora só por aqui podemos perceber que estamos perante alguém que não sabe do que fala. Para começar, o cão em questão é cruzado de Pit Bull, o que faz com que na prática, seja rafeiro, logo, não tem sequer raça. Depois, nenhuma raça é perigosa, mas sim potencialmente perigosa. E ser potencialmente perigoso é isso mesmo, uma potencialidade. Um cão considerado potencialmente perigoso, não o é pelo temperamento, mas sim pela capacidade física (porte, força de mandíbula, etc). Prossegue o texto dizendo que “Os motivos para um animal matar uma criança são irrelevantes”, ou seja, segundo o autor, mesmo que o pequeno Dinis o estivesse a agredir – não digo que seja o caso, apenas estou a interpretar as palavras de Daniel Oliveira – Zico teria que aceitar, acabando com alguma mazela grave, ou mesmo morto, apenas porque uma criança pode fazer o que quiser a um cão mas o contrário já não pode acontecer. Diz, ainda no mesmo parágrafo, que Zico deixou de ser um animal doméstico, porque “o que o torna doméstico é ser controlável por humanos”. No entanto, estes humanos não são o melhor exemplo porque, se não conseguem controlar uma criança de ano e meio e a deixam vaguear às escuras numa cozinha (o que é um acidente à espera de acontecer), também não conseguirão controlar um cão. No parágrafo seguinte refere que “os animais não têm, para os humanos, o mesmo estatuto das pessoas.” e que “quem acha que têm não percebe porque consideramos a vida humana um valor absoluto e indiscutível.” Aqui Daniel erra, entre outros motivos, por generalizar. Para mim – e quero acreditar que cada vez para mais pessoas – os animais têm sim o mesmo estatuto das pessoas. E não, não percebo porque consideramos APENAS a vida humana um valor absoluto e indiscutível. Para mim, a Vida, seja ela de um cão, de um cavalo, de um rato ou de qualquer outro animal, tem um valor intrínseco e a “excepcionalidade”, como lhe chama, da vida humana, está apenas na cabeça do Homem, numa necessidade de se sentir importante, porque perante a natureza, qualquer vida tem o mesmo valor. Mas para mim, o clímax do ridículo do discurso do jornalista atinge-se quando este refere que “a vida do humano mais asqueroso vale mais do que a vida do animal doméstico de que mais gostamos”. Portanto, para Daniel, a vida de alguém que mata 30 pessoas, vale mais que a de um animal que dedica a sua curta vida a amar a sua família. Mas antes que perguntem, para mim, o contrário também não acontece, não acho que a vida de um animal valha mais que a do ser humano mais asqueroso, já referi que a Vida é um valor intrínseco. Mas a verdade é que não tenho dúvida nenhuma que qualquer um dos meus animais de estimação vale mais que o Violador de Telheiras, o Estripador de Lisboa, Osama Bin Laden, Breivik, etc.
Mais recentemente, na sua página no facebook, dirigiu-se aos “fanáticos” dizendo que ”o tema "Zico" acabou“ e que “continuaremos a debater assuntos menores como a crise do País e da Europa”. Não, Daniel, para quem defende o Zico, não acabou. Talvez para quem apoia o seu abate já tenha acabado, dizem a primeira coisa que lhes vem à cabeça e mandam uma ou duas postas de pescada e o assunto fica por aqui. Mas para quem é contra o abate de Zico, o assunto continuará até que a história esteja resolvida (positivamente, claro). Mais, nós conseguimos pensar em vários assuntos, não tendo que esquecer uns para discutir outros.
Outro jornalista com um discurso semelhante foi Miguel Gaspar, escrevendo para o site do jornal Público onde, para além de alguns dos “argumentos” já utilizados, refere ainda que é “estranho que, em vez de ser a morte de uma criança de 18 meses a suscitar pena, seja o cão que a matou a ser objecto de uma campanha de solidariedade.” Miguel, ninguém disse que não sente pena pela criança. Obviamente, é lamentável que Dinis tenha sofrido pela irresponsabilidade e negligência (ou algo mais, quem sabe?) da família. E os defensores de Zico sempre referiram que esta fatídica história tem duas vítimas. No fundo, a única coisa que se retira do texto é que o autor está mais bem preparado para falar sobre malas Chanel do que sobre cães.
Por fim, encontrei ainda um pequeno texto – ainda assim, bem maior que o desejável – de João Pereira Coutinho em que o cronista, sem dar realmente uma opinião sobre o assunto, sugere que Zico passe longas estadas em casa de cada um dos subscritores da petição para o salvar, sem açaime, correntes ou tranquilizantes. Eu, subscritor da petição, não o posso, com muita pena, acolher em minha casa, visto que vivo num apartamento com o número máximo legal de animais de estimação, mas se acolhesse, certamente seria sem tranquilizantes ou correntes, até porque para mim, um cão acorrentado é um cão maltratado e maltratar um cão é pedir para incidentes iguais ao que supostamente aconteceu com o Zico aconteçam.
O pior é que estas não foram as únicas pessoas a expressar este tipo de opiniões, chamemos-lhe assim. Apenas referi estes porque a maior parte dos restantes comentários terão, muito provavelmente, o mesmo destino deste texto: serão lidos por meia dúzia de pessoas e ignorados de seguida. Por fim, resta-me, para além destas mentalidades, lamentar a morte de uma das vítimas do caso, Dinis, e esperar que a outra, Zico, não sofra o mesmo destino.

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sexta-feira, 7 de setembro de 2012

A seriedade do humor

Finalmente escreverei sobre o tema que iria aborda no texto passado. Desta vez escreverei sobre humor. Mais propriamente, humor na internet.
Provavelmente já repararam que o humor é levado muito a sério, na internet. Aliás, tudo é levado demasiado a sério, na internet. Mas o humor? Aparentemente sou das poucas pessoas que ainda se lembra que as piadas são para fazer os outros rir e, por isso, muitas vezes utilizam o ridículo e o fantástico para ilustrar as situações. Claro que ninguém acha possível um homem saltar do topo de um prédio para dentro de um copo de água. Mas é só uma anedota, não sejam tão críticos em relação a isso. Idem para os erros. Sim, fica mal, principalmente em páginas visitadas por muitas pessoas, mas é uma coisa normal, toda a gente dá erros, nem que seja por distracção. Não há necessidade de ir para uma página de humor reclamar só porque utilizaram o acento grave e deveriam ter utilizado o agudo.
Mas comecemos a analisar casos mais particulares, como por exemplo, a religião. Este é, sem dúvida, um dos melhores exemplos do que eu quero dizer. Aparentemente ninguém pode fazer uma piada em que falem de Deus ou em que se faça alguma referência à religião. Nem que os mesmos sejam meros figurantes na anedota. Qualquer crente leva aquilo como uma tremenda falta de respeito e um insulto a tudo aquilo em que acreditam. Parece que o objectivo dessa piada é a de provar que Deus não existe ou que determinada religião é pior que as outras. Mas acreditem numa coisa: se alguém tiver intenção de o provar, encontrará certamente formas mais sérias e credíveis de o fazer. Mas o pior é a resposta que essas piadas, vídeos, imagens, etc recebem. Por norma vêm em forma de insulto. Desde ateu (sim, para um crente, ateu é um insulto, visto que o usam de forma depreciativa) até ignorante ou outros que não posso referir para não ferir susceptibilidades, a variedade é maior do que se pode imaginar. Outra resposta muito típica é: “vai arder no inferno”. Ora, se estão a falar para um ateu ele simplesmente não acredita nisso, pelo que essa praga nem sequer vale a pena ser rogada porque não vai fazer mais do que ridicularizar quem o faz.
Outro exemplo igualmente bom (ou ainda melhor, talvez) é o racismo. Nos tempos que correm tudo é racismo. E não, não estou a exagerar. Vejam esta imagem https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1OE4SXWbAu9Q8lKSgRs-Q7KxK2J1EbGA_D3fgsmQzhatTM1nv6erS79gqi5RuGekCRy2j1GnCx3zrMKlv2aB8ha1FqHolHbWKfTrnI0VOsZANXtgfynZjXqEfjqbCCLsuoWpos-dwQig/s1600/prioridade.jpg. Há quem tenha visto racismo nesta simples imagem. Tudo porque o negro está a “salvar” bens materiais enquanto que o caucasiano salva os seus gatos. Para mim, esta é a imagem menos racista que existe. O autor da mesma conseguiu arranjar duas pessoas e colocou-as ao mesmo nível, ignorando faixa etária, raça, sexo ou qualquer outra característica, para demonstrar que cada pessoa tem as suas prioridades. Nunca foi intenção superiorizar a raça caucasiana em detrimento da negra, simplesmente uma pessoa prefere animais e outra os seus bens pessoais, ou talvez o indivíduo em segundo plano nem tenha animais de estimação. Mas numa tentativa de abolir de vez o racismo, as pessoas acabam por ser ainda mais racistas do que aqueles que criticam e serem elas mesmas a fazer a tal distinção. Acreditem que alguém de outra raça não quer a vossa pena nem que os defendam, apenas querem que os vejam como pessoas normais e não como coitadinhos. Mas voltando ao humor. Não se pode fazer uma piada racista que cai o Carmo e a Trindade em cima do autor da mesma e, mais uma vez, ignorante é o adjectivo mais utilizado. Mas, na minha opinião, uma pessoa não é ignorante porque se ri de uma piada acerca de negros ou asiáticos ou caucasianos, etc. Uma pessoa é ignorante porque pensa que é superior a outra só por causa do seu tom de pele. Por exemplo: eu rio-me bastante com este tipo de piadas e não sou racista. Aliás, odeio o racismo. Quase tanto como odeio os negros… UPS…
Outro assunto tabu é a deficiência. Uma piada sobre deficientes deixou de ser humor e passou, tal como nos exemplos anteriores, a ser falta de respeito. NÃO É! É apenas humor. Há muitas pessoas com deficiências que são capazes de se rir dessas anedotas e mesmo de contarem piadas acerca da sua condição, porque é que nós não somos capazes de desfrutar da piada e deixar de ver maldade em tudo? E claro que o melhor “argumento” que usam é o insulto. E o pior é que há pessoas que têm a mesma opinião que eu e pensam que é apenas uma piada mas também não são mais inteligentes e partem igualmente para o insulto. E no fim acabamos por ter discussões que mais parecem os Jogos Paraolímpicos: até as podem ganhar que no fim continuam deficientes.
Por fim há ainda mais grupo em especial que gostaria de referir: as pessoas que acabaram de morrer. Quando uma celebridade morre (ou um ilustre desconhecido em circunstâncias caricatas) é recorrente começar-se a fazer piadas com a morte ou mesmo com a personalidade que acabou de falecer. E como sempre tem que haver uns quantos ofendidos a dizer – e passo a redundância – que é uma falta de respeito ou que é demasiado cedo para as piadas. Ora, falta de respeito não é que eu sou fã de Michael Jackson e rio-me bastante/ conto piadas sobre o mesmo e, visto que ele já morreu, o máximo que pode ser é tarde demais, porque já não vai a tempo de as ler/ ouvir. Mas o apogeu da parvoíce é mesmo a famosa frase: “se fosse consigo não gostaria”. Eu prometo-vos uma coisa: quando chegar a minha vez, podem fazer as piadas que quiserem que eu não virei cá reclamar.
Agora expliquem-me só mais uma coisa: o que é que difere as piadas de Alentejanos, loiras, Portugueses – se forem Brasileiros sabem bem do que eu falo – das que eu referi? Todas elas ridicularizam um qualquer grupo da sociedade. A diferença é que estas já são tão banais que ninguém estranha. Com isto quero dizer que existem vários tipos de humor e o importante é que todos eles sejam respeitados. Não acham graça? Tudo bem, estão no vosso direito mas, pura e simplesmente, não se riam. Agora fazer disso um bicho de 7 cabeças é escusado, até porque o autor não tem certamente intenção de ofender. Qual o meu estilo de humor? Como se pode constatar no texto que acabei de escrever: aquele muito fraquinho.


PS: Não se esqueçam da página no facebook de “O Mundo de Zezé” (http://www.facebook.com/omundodezeze) onde podem acompanhar todos os meus textos novos, bem como outras pequenas coisas sobre as quais me apeteça escrever (como por exemplo: os cortes orçamentais). Já sabem a história: coloquem gosto na página/ nas publicações ou partilhem-nas. Podem sempre optar por seguir o blog directamente pela blogspot ou por e-mail (canto superior direito). Têm também a oportunidade de divulgar pelo twitter ou pelo Google +, utilizando os botões aqui em baixo. No fundo, espalhem a palavra.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Uma pena que dá pena


            Olá, mais uma vez. Eu tinha pensado num outro tema para este texto, mas visto que foi conhecida, hoje, a pena que cumprirá Anders Breivik, falarei um pouco sobre ela.
            Não perderei muito tempo a falar sobre Breivik ou as acções. Até porque não há muito a dizer. São actos bárbaros que só podem vir de uma mente perturbada e sádica. A prova disso é que o mesmo não se arrepende do que fez e ainda alega ter agido em legítima defesa. Sim, ele assassinou 77 pessoas que, muito provavelmente, não o conheciam de lado nenhum, em legítima defesa. Mas não quero com isto dizer que deveria ser considerado inimputável. Até porque acredito que o mesmo tinha total noção do que fazia e estava na plenitude das suas capacidades mentais (ainda que as mesmas sejam demasiado limitadas e perversas). A prova disso é que em todas as audiências começava com uma saudação nazi e chegou mesmo a dizer que não queria ser considerado inimputável porque agiu com “motivação ideológica” e considerá-lo louco “seria pior que a morte”.
            O que me leva a escrever é a sua pena. Na teoria, o terrorista Norueguês foi condenado à pena máxima mas, na prática, o veredicto foi de apenas 21 anos. 21 anos pelo homicídio – quase genocídio, porque o seu objectivo é travar a “invasão islâmica” – de 77 pessoas. E sim, eu tenho noção que na prática a pena é de prisão perpétua, mas o prolongamento da mesma é devido ao facto de Breivik ser considerado perigoso porque, analisando a frio, a sentença foi menor a 3 meses e meio por cada pessoa que matou. Será este o valor de uma vida, para um país tão evoluído como a Noruega? Será que o país com o Índice de Desenvolvimento Humano mais elevado do mundo não considera que a morte de um dos seus cidadãos merece uma pena mais pesada que 3 míseros meses? O problema é que a justiça Norueguesa não estava preparada para este tipo de crime e, na tentativa de dar a melhor qualidade aos seus criminosos, por acreditarem (e bem) que as prisões são um meio de reabilitação, acabaram por criar um sistema judicial quase anedótico, em situações como esta.
            Outra coisa a que essa mentalidade levou foi à melhoria ridícula das instalações presidiárias. Certamente já ouviram algumas pessoas (ignorantes) dizerem que discordam com as prisões porque são apenas hotéis onde os criminosos descansam e comem gratuitamente, à custa dos contribuintes. Pois bem, a Noruega levou isso demasiado à letra e criou verdadeiros hotéis para os seus cidadãos que são condenados à prisão. Não, não estou a exagerar, se não acreditam vejam estas imagens (http://noticias.r7.com/blogs/fabio-ramalho/2012/08/23/prisao-de-luxo-na-noruega/). Sim, o terrorista e homicida em massa ganhou uma estada vitalícia num hotel. Ou melhor, eu não estou certo se haverá muitos hotéis com tão boas condições na Noruega. A sério, quem é que a justiça Norueguesa está à espera de recuperar com este tipo de prisões? Só mesmo alguns que realmente aproveitem o tempo para pensar no que fizeram e decidam por si redimirem-se. Porque tempo terão de sobra, uma vez que o computador não tem acesso à internet. Mas certamente que a maioria não aproveitará o tempo para pensar. Têm um sofá para descansar, um micro-ondas para preparar uns petiscos, uma máquina de café para depois dos mesmos, um plasma para verem os seus programas favoritos – que Breivik usará, quase de certeza para se ver nas notícias, e orgulhar-se do seu feito -, um ginásio pessoal para se exercitarem e manterem em forma… caramba, aposto que a maior parte vive em melhores condições na prisão do que na própria casa, claro que não se arrependerão com esse “castigo”.
            Quanto a vocês não sei, mas as minhas próximas férias tenciono passá-las na Noruega. Um pequeno roubo deve bastar para passar lá 2 ou 3 semaninhas.

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sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Os heróis nacionais


Olá outra vez. Tal como prometido, cá estou eu com o primeiro tema deste projecto na blogger (estou a tentar evitar escrever blog outra vez): os heróis nacionais.
Parece-me que há uma grande confusão sobre o que é um herói. Ou isso ou ninguém sabe o que é um jogador de futebol. Uma das duas tem que ser, porque eu leio/ ouço muita gente a dizer que os jogadores da Selecção Nacional de futebol são os heróis nacionais. Basta ganharem um amigável contra uma selecção de um país que ninguém conhece para a comunicação social começar com os elogios exagerados aos jogadores que contribuíram para esse sucesso. E o pior é que a ideia cola mesmo. Basta perguntar a uma criança (e a muitas pessoas mais velhas, também, infelizmente) quem é/são o/s seu/s herói/s que ela responde-nos, sem pensar muito: “os jogadores da Selecção” ou: “o Cristiano Ronaldo”. PORQUÊ? Para além de jogarem bem futebol, o que é que eles fazem ou fizeram para serem considerados heróis? Salvo raras excepções, que ajudam realmente outras pessoas, NÃO FIZERAM NADA!
Poderão dizer que eles não são obrigados a fazê-lo. É verdade, não são e eu sou o primeiro a admiti-lo – se bem que com os ordenados absurdos que eles ganham poderiam doar uma milésima parte e já conseguiriam ajudar muita gente, mas isso já são outros quinhentos – mas não os tratem como heróis.
Outros desportistas que são vistos como tal são os que formam a Comitiva Olímpica. Esses atletas que representam o nosso país naquele que é o mais importante evento desportivo à escala mundial e regressam cheios de medalhas. Chegam a ser duas, quando corre mesmo bem (ou quando o desporto é o remo e são dois desportistas). Atenção que eu não estou a tentar desvalorizar o desempenho e, principalmente o esforço dos atletas, até porque os seus recursos são limitados e muitos deles até têm outras actividades profissionais, mas daí a chamar-lhes heróis vai uma longa distância.
Se querem heróis no desporto (até porque parece ser a única coisa a que os portugueses prestam atenção e valorizam), procurem-nos no lugar certo. Até mesmo dentro da Comitiva Olímpica os podem encontrar. O nome Pedro Isidro diz-vos alguma coisa? Duvido. Mas este senhor também participou nos Jogos Olímpicos. Pedro tem uma deficiência mental mas, como no programa dos Jogos Paraolímpicos não existe a sua prova (marcha), participou nos Olímpicos. Quase no final da prova, sentiu-se mal e chegou a vomitar, mas a sua força de vontade levaram-no a continuar e a terminar a prova. Reconhecimento: NENHUM. Teve direito a uma pequena referência (que nem se pode considerar notícia) no canto mais escondido do jornal. Tudo porque não ganhou uma medalha física. Mas, para mim, ganhou a medalha da honra, da admiração e, acima de tudo, do respeito. Mas não se esqueçam: este senhor não faz com que todos os 77 atletas que representaram Portugal nas Olimpíadas sejam heróis.
Também os atletas Paraolímpicos poderão ser um exemplo de heróis. São pessoas que ultrapassam grandes adversidades e são capazes de representar o seu país ao mais alto nível. Só para terem uma ideia: só em medalhas de ouro, o número (25) é mais elevado que todas as olímpicas (23). No total são 85 medalhas em 8 participações, uma média aproximada de 11 medalhas por edição, em contraste com as 23 medalhas em 23 edições (média de 1 medalha por edição).
Mas, na minha opinião, ainda há um grupo de pessoas que merece mais o título de herói (estas fora do mundo do desporto, pelo que compreendo que não haja muitas pessoas a conhecê-las): todas aquelas que correm riscos para proteger e salvar os outros. Por exemplo, os bombeiros arriscam a sua vida para que a nossa esteja em segurança e ninguém os valoriza por isso. Nem a comunicação social, nem o povo, ninguém. Têm direito a uma notícia, quando morrem em serviço (porque são notícias que vendem) e nada mais. “Mas esse é o trabalho deles, não fazem mais que a sua obrigação”, é o que mais se ouve dizer. Mais uma vez, têm razão, mas também é o trabalho dos jogadores de futebol fazerem o que fazem e, no entanto, são deificados. Com a agravante de auferirem salários que chegam para pagar a TODA corporação de bombeiros. Lembrem-se que quem segue estas profissões já não é pelas regalias económicas que recebem. E ainda há os voluntários, e esses não recebem nada.
O mais triste é ver uma notícia sobre o feito de algum destes homens num canto escondido, no mesmo jornal que tem como capa um espirro de Cristiano Ronaldo.
Não quero com isto dizer que não se deve apoiar os desportistas. Longe de mim dizê-lo, eu também apoio a selecção. Quero que tenham sucesso, assim como quero que a Comitiva Olímpica traga um avião cheio de medalhas. Também apoio Cristiano Ronaldo, acho que ele é o melhor jogador do mundo e torço para que ele tenha o máximo de sucesso. Mas não lhes vou dar um título que acho que eles não merecem. Como diz o ditado: “cada macaco no seu galho”.

O início do blog


            Boas, pessoal. Este primeiro texto serve apenas para explicar este projecto. Como nasceu a ideia, sobre o que falarei e coisas desse género.
            Comecemos, então, pelo princípio. A ideia para o blog surgiu-me quando não tinha nada para fazer (arrisco-me a dizer que a maior parte dos blogs que existem têm esta origem) e resolvi voltar a escrever. A escrita há muito que é um dos meus passatempos e até tinha/ tenho um outro blog (nem eu sei dizer se o mesmo continua activo. A verdade é que já está há mais de um ano sem uma actualização) mas o computador onde tinha a maior parte dos meus textos avariou e, como já não os posso continuar, vi aqui uma oportunidade para começar este projecto.
            Sobre o que eu vou escrever não há muito a dizer. Abordarei os mais variados temas. Aliás, um pouco à imagem do meu outro blog (se bem que quem o conhece sabe que os temas sobre os quais escrevia nesse blog ou eram desinteressantes ou abordados de uma forma um pouco nonsense).
            Qual o objectivo disto? Além de passar o tempo, é só uma forma de dar a minha opinião sobre os mais diversos assuntos e dá-la a conhecer a quem estiver interessado nela. No fundo é só uma forma de praticar a minha liberdade de expressão e nenhum local melhor que a internet para o fazer.
            Passando dos tópicos principais para as trivialidades: qual a origem do título do blog? Essa é a questão mais simples: a origem é a minha falta de originalidade. Como não sou lá muito criativo, optei por um título o mais cliché possível mas, como queria dar um cunho pessoal à “coisa”, coloquei a forma como as pessoas mais próximas de mim me tratam (ou grande parte delas). Também quanto ao design, a resposta é mais ou menos a mesma aliada à minha falta de conhecimentos para dar um visual mais elaborado. Claro que esta resposta serve apenas para esta altura porque daqui a uns meses (se o projecto durar tanto tempo) o blog poderá ter um aspecto completamente diferente. Mas o visual actual até que faz sentido, tendo em conta o título.
            E pronto, chega de explicações (se bem que qualquer dúvida poderá ser colocada como comentário). Ainda hoje deverei escrever e postar sobre o primeiro tema. Ah, mais uma coisa: vale um chocolate para quem adivinhar quantas vezes utilizei a palavra blog neste texto (não vale contar)…